quinta-feira, 3 de maio de 2007

Música no Mundo: Inglaterra

Qualquer que seja a opinião a respeito dos Rolling Stones, é impossível negar que se tornaram a banda mais antiga ainda em actividade e que, juntamente, com os grandes Beatles, foram a banda mais importante da chamada Invasão Britânica, termo que se aplica à entrada de artistas ingleses de rock n’ roll no mundo da música norte-americana, que ocorreu nos anos 60.


Como tudo começou...

É em 1962, quando Mick Jagger e Keith Richards, sentados num bar de “Rhythm and Blues” ficam fascinados ao assistirem à fantástica actuação daquele que viria a ser um dos mais importantes membros dos Rolling Stones, Brian Jones. Já estava! Já tinham o essencial: um vocalista e dois guitarristas e em seguida o resto da banda foi encontrada, exactamente da mesma maneira, em clubes e pubs. Agora sim, a banda está finalmente completa:
Mick Jagger como o vocalista assanhado e inquieto, Keith e Brian partilham as guitarras, Bill Wyman sempre atrás com o seu baixo eléctrico e o sossegado Charlie Watts na bateria.

Estes cinco rapazes todos, à excepção de Bill que era o mais velho, tinham 20 e poucos anos e partilhavam o mesmo gosto musical: Blues.(esquerda para a direita) Bill Wyman, Mick Jagger, Brian Jones, Charlie Watts e Keith Richards.





Em mais de 40 anos de carreira musical, hits como Satisfaction, Jumpin’ Jack Flash, Start Me Up e Angie fizeram dos Stones uma das mais apreciadas e conhecidas bandas a nível mundial.
E como em todos os casos, o sucesso excessivo traz consigo inúmeros problemas. E este não é excepção: desde envolvimentos com as drogas, traições e mortes, sem esquecer, claro, a óbvia falta de privacidade.





1969, o ano da morte de Brian Jones





Depois de diversas discussões com o problemático Jones, pelo facto de faltar aos ensaios devido à sua dependência da droga, a banda decide de uma vez por todas falar com ele e expulsá-lo.
Meses depois, é encontrado morto na piscina da sua propriedade. Até hoje ninguém sabe o que realmente se passou. Uns dizem que foi a sua mente perturbada que o levou ao suicídio, outros afirmam que caiu na piscina e como sofria de asma, não se conseguiu salvar e ainda há quem diga que foi assassinado. O mistério ainda não foi resolvido e foi feito em sua honra um filme intitulado de “Stoned” que conta o que se passou, mas na perspectiva do autor.
Jagger e o resto da banda dedicam a Brian parte do concerto que iram dar dias depois no Hyde Park, em Londres. Então, diante de um público de 300 mil pessoas, os Rolling Stones actuam num palco decorado com uma enorme fotografia do amigo guitarrista, enquanto Mick, vestido de branco, lê uma passagem do poema “Adonais” de Percy Besshy Shellev. De seguida, um espectáculo inesquecível: centenas de borboletas brancas são soltas! E assim, este concerto ficou na memória de todos, até dos que não estavam presentes.





Os Rolling Stones, agora, com Ron Wood que entrou em 1974, continuam a vender álbuns e a deixar estádios a abarrotar de gente disposta a duas ou mais horas de puro Rock n’ Roll e Blues!
A banda mais bem paga do mundo esteve o Verão passado aqui em Portugal, para dar um espectacular concerto no Estádio do Dragão, no Porto. Em excelentes condições, o público, constituído por pequenos e graúdos, pôde vibrar com algumas das mais memoráveis músicas e com um show cheio de surpresas: pirotecnia, fogo, um palco que se movia e que ia até à plateia, e claro a banda, cujos membros que apesar da idade, não param e em palco são sem dúvida os melhores entertainers do planeta!











Algumas músicas e curiosidades…

“Sympathy For The Devil”

Please allow me to introduce myself

I'm a man of wealth and taste

I've been around for a long, long years

Stole many a man's soul and faith


And I was 'round when Jesus Christ

Had his moment of doubt and pain

Made damn sure that Pilate

Washed his hands and sealed his fate


Chorus:


Pleased to meet you

Hope you guess my name

But what's puzzling you

Is the nature of my game


I stuck around St. Petersburg

When I saw it was a time for a change

Killed the czar and his ministers

Anastasia screamed in vain


I rode a tank

Held a general's rank

When the blitzkrieg raged

And the bodies stank


Chorus


I watched with glee

While your kings and queens

Fought for ten decades

For the gods they made


I shouted out,

"Who killed the Kennedys?"

When after all

It was you and me


Let me please introduce myself

I'm a man of wealth and taste

And I laid traps for troubadours

Who get killed before they reached Bombay


Chorus (2x)


Just as every cop is a criminal

And all the sinners saints

As heads is tails

Just call me Lucifer

'Cause I'm in need of some restraint (who who, who who)


So if you meet me

Have some courtesy

Have some sympathy, and some taste (woo woo)

Use all your well-learned politesse

Or I'll lay your soul to waste, um yeah (woo woo, woo woo)


Tell me baby, tell me what’s my name…
Etc.


Tradução:
“Simpatia pelo Diabo”

Por favor, permita que me apresente

Sou um homem rico e de bom gosto

Andei por cá muitos anos

Roubei a alma e a fé de muitos homens.


Estava lá quando Jesus Cristo

Teve seu momento de dúvida e dor.

Certifiquei-me que Pilatos

Lavasse as suas mãos e selasse o seu destino.

Refrão:


Prazer em conhecê-lo

Espero que adivinhe meu nome.

Mas o que está te está a intrigar

É a natureza de meu jogo.


Estava lá em São Petersburgo

Quando vi que era altura de uma mudança.

Matei o Czar e seus ministros

Anastasia gritou em vão.


Montei num tanque

Mantive a posição de General

Quando a guerra relâmpago eclodiu

E os corpos fediam.


Refrão


Assisti com alegria

Enquanto os vossos Reis e Rainhas

Lutaram por dez décadas

Pelos Deuses que criaram.


Gritei bem alto:

"Quem matou os Kennedys?"

Quando, no final das contas,

Foste tu e eu


Por favor, deixe-me apresentar

Sou um homem rico e de bom gosto.

Deixei armadilhas para os trovadores

Que acabaram mortos antes de alcançar Bombay.


Refrão (2x)


Assim como todo o policia é criminoso

E todos os pecadores são santos

E cabeças são caudas.

Chama-se, simplesmente, de Lúcifer

Porque estou a precisar de alguma restrição


Então, se me conheceres
Tem alguma cortesia
Tem alguma simpatia e bom gosto
Usa toda a tua boa educação
Porque senão fico com a tua alma

Diz-me querida, diz-me qual é o meu nome…



Interpretação:

A letra para esta canção foi escrita por Mick Jagger e Keith Richards, que dizem terem-se inspirado no romance de Mikhail Bulgakov “O Mestre e Margarita”.
“Sympathy for the Devil” é cantada pelo vocalista da banda que assume o papel de um Diabo sofisticado e suave.
Mas, esta canção, não é nada mais, nada menos, do que uma provocação ou um ataque aos media. Quando o seu segundo álbum “ Their Satanic Majesties Request” saiu, os Rolling Stones foram imediatamente atacados e considerados como adoradores do Diabo e coisas do género. Então, a banda decide lançar esta música que deixou toda a gente chocada, mas que na verdade, é a critica a sociedade corrupta em que vivemos e mais do que isso, é a afirmação não muito explicita que diabo é, de facto, a humanidade.
A letra é o relato breve de acontecimentos que ficaram para a história: a Guerra dos Cem Anos “I watched with glee while your Kings and Queens fought for ten decades for the Gods they made”, a Revolução Russa de 1917 “I stuck around St. Petersburg (…)Killed the czar and his ministers Anastasia screamed in vain”, a 2ª Grande Guerra e ainda a referência à morte de John e Robert Kennedy.
Agora, “Sympathy for the Devil” ocupa o 3º lugar na tabela das 50 melhores canções de Rock conservador da revista “National Review” e está em 32º lugar na tabela das 500 melhores canções de sempre da conceituada revista “Rolling Stone”.

1 comentário:

Anónimo disse...

Afinal nem sempre se verifica uma "generation gap".... digo eu que estou quase nos 60 e também gosto dos Stones!