quinta-feira, 3 de maio de 2007

Dobragem vs Legendagem

São muitas vezes motivo de discussão a dobragem e a legendagem, porque sempre houve uma rivalidade entre ambas. Uns preferem a dobragem, talvez para não perderem “o fio à meada”, outros preferem a legendagem, pois acham que ouvir uma voz não correspondente à pessoa que está no ecrã não fica bem, torna o filme enfadonho e aborrecido.

Porquê a dobragem?

A dobragem apareceu pela primeira vez no cinema em 1927, com o filme “The Jazz Singer – O Cantor de Jazz”. Surge, só então, em 1929 “Luzes de Nova York”, a primeira longa-metragem a ser completamente dobrada, do início até ao fim.
A aparição do som deu origem a uma revolução no cinema da Europa e dos Estados Unidos. Pois, até então, as falas dos personagens não apareciam em simultâneo com as acções, mas sim em cartelas, depois de cada cena. No início os espectadores não reagiram bem e a legendagem não obteve bons resultados. Jacob Karol inventa então a solução, um sistema de gravação que permitia sincronizar áudio e imagem. Esta técnica mais tarde viria a ser chamada de dobragem.
O recurso à dobragem permitiu o melhoramento da qualidade sonora dos filmes, visto que os equipamentos de filmagens eram extremamente barulhentos, o que nem sempre permitia uma boa captação do som directo em estúdio.
As vantagens deste recurso não se ficam somente por questões técnicas. A dobragem tornou a produção de cinema mais económica, pois como não há a necessidade de se repetir cenas, não há gastos materiais.
A maior vantagem, talvez tenha sido o alargamento das oportunidades de trabalho neste campo, pois as companhias precisavam cada vez mais de actores que estivessem dispostos a dar voz às personagens dos filmes.
Como nada é perfeito, na dobragem há também alguns problemas. Esta técnica vai implicar a eliminação das vozes originais dos actores, bem como o acesso ao texto original, impedindo a detecção de más traduções. Para quem sente desconforto quando é confrontado com este tipo de situações existe sempre a alternativa da legendagem.


E porquê a legendagem?

Este recurso é muito mais natural e lógico: ingleses falam inglês, japoneses falam japonês, etc. para além disto e dos referidos anteriormente existem outros aspectos bastante importantes, por exemplo, num filme de formato musical é preferível, a meu ver, usar a legendagem. Primeiro porque se mantém a voz e os instrumentos musicais originais. Depois, porque cada idioma tem os seus próprios trocadilhos e jogos de palavras, frequentemente utilizados em canções. O que acontece nestes casos em que a dobragem é utilizada em vez da legendagem, é a perda ou alteração da ideia principal original.
O único problema é, realmente, o facto das legendas serem impressas opticamente na película, e que faz com que uma parte da imagem seja tapada e que por sua vez vais desviar a atenção dos espectadores, que ao olharem para as traduções, acabam por perder partes da acção.

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